Olho no espelho procurando ver a cara deste poeta invisível, olho, volto a olhar, procuro sem nunca encontrar, a minha imagem horrível. Era previsível, mesmo escrevendo algo que procuro ser indestrutível, era previsível, que a minha morte estivesse entra a maior possibilidade possível. Hoje sou pó, que arrasta esta vida injusta, hoje sou a dor que sabe o que a vida custa. Fiz um pacto com o vento para não me fazer desaparecer, tentei fazer um pacto com o tempo mas ele mandou-me fod*r, enfim, tudo o que dou é mais do que dou a mim, tudo o que faço apenas me conduz ao fim.
Olho no espelho procurando encontrar os sonhos que outrora tive, procurando a pessoa que neste meu corpo vive, não encontrei. Na verdade não sei se errei, para muitos sou m*r*a para outros sou o rei, mas na verdade sou nada, sou um viajante nesta estrada que nem no espelho tem reflexo. Sou um livro demasiado complexo, sou uma definição nunca definida, sou a m*r*a de uma vida que eu próprio construí.
Original:
http://vigilanteworld.com/no-espelho